Associação de Ideias, Para a cultura e cidadania

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Associação de Ideias edita livro cheio de esperança para ensinar as crianças a lidarem com a perda.

“Os balões que me ensinaram a voar” parte de uma história verdadeira para falar às crianças sobre a morte e a ausência, e de que modo podemos lidar com elas.

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Para além de tratar um tema pouco usual para este grupo etário, o livro de Nuno Garcia Lopes, com ilustrações de Sara Brito e design de Sylvie Lopes, é também um objeto gráfico assumidamente diferente, com capa serigrafada e lombada de costura à vista. E uma homenagem à sua protagonista e narradora, Helena Marques, no dia em que completaria 50 anos.

 

Como lidar com a perda de alguém que nos é muito próximo? O problema coloca-se a todos em momentos diversos da nossa vida, mas ganha uma acutilância especial quando temos que o abordar com as crianças.


“Os balões que me ensinaram a voar” parte de uma história verdadeira para falar sobre a morte e a forma de lidar com a ausência de alguém com quem convivíamos diariamente, num livro infantil marcado pela alegria da descoberta, no mundo que nos rodeia, de elementos em que encontramos a possibilidade de “comunicar” com os que partiram.


É a história de Helena Marques, a Lena, como a conheciam as muitas dezenas de crianças que ao longo de uma década ajudou a crescerem harmoniosamente no ATL da Associação de Pais e Amigos das Escolas de Linhaceira, em Tomar. Animadora daquele espaço, de que foi uma das principais responsáveis pela instalação, foi vítima de síndrome de Evans, uma doença rara auto-imune, só diagnosticada muito tardiamente.


Uma centena de balões brancos, com mensagens das crianças com que trabalhava, foram lançados por estas no recreio do ATL, em sua homenagem, dias depois.


E, passadas algumas semanas, o homem com quem partilhara os últimos 25 anos da sua vida descobriu, a pintalgar o céu azul, uma nuvem que lhe revelou o rumo a seguir. Foi assim que o escritor Nuno Garcia Lopes encontrou o caminho do diálogo quotidiano com a sua companheira, mas também o fio condutor de um livro que devia à sua memória.


Escrita a narrativa, iniciou-se o processo de criação do livro, um trabalho de equipa que integrou igualmente a designer Sylvie Lopes e a ilustradora Sara Brito. Em conjunto, e após visita guiada aos locais onde a história nasceu, conceberam um objecto gráfico que, adaptando-se ao enredo, também vale por si: formato fora dos tamanhos mais comezinhos, capa serigrafada, lombada com a costura à vista que permite a abertura cómoda das páginas quando a ilustração pede que rodemos o livro.


Para a edição juntaram-se duas entidades que têm tudo a ver com a essência desta obra. Por um lado, a Associação de Ideias para a Cultura e Cidadania, responsável por projectos como A Poesia Não Tem Grades, Palavras Vizinhas ou o podcast Dias Úteis, e que tem como objectivo a promoção de materiais e eventos que promovam o desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos. Por outro, a Associação de Pais e Amigos das Escolas de Linhaceira, onde Helena Marques trabalhou até ao dia do seu internamento, e que está envolvida no próprio enredo.


O resultado é o livro “Os balões que me ensinaram a voar”, que vai ser lançado dia 1 de Junho, assinalando os 50 anos do nascimento da sua protagonista, no Centro Escolar D. Pedro IV, na Linhaceira. O Dia da Criança contará com sessões de conto desta história para os alunos do pré-escolar e 1º ciclo, durante a manhã, e, às 21 horas, o lançamento do livro, numa sessão condicionada pelas regras em vigor da DGS.


Tendo em conta essas restrições, a obra terá depois várias apresentações noutros locais do concelho de Tomar durante a primeira semana de Junho.

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